Da importância da envolvência dos jovens na política e da chamada dos verdadeiros independentes ao debate de ideias
A integração dos jovens na política é um tema que deve dar que pensar a todos. Aos jovens, desde logo, porque são os principais interessados em cumprir um dever de cidadania do qual não se devem demitir. Aos partidos e aos decisores políticos, porque os quadros partidários não caminham para... jovens e já se percebeu, há muito, que o actual modelo está longe de interessar às populações. Uma simples consulta pelos dados estatísticos das eleições prova-o bem.
Há muitos anos que não há uma renovação dos quadros políticos na Nazaré. Desde que, em Dezembro de 1993, o independente Jorge Barroso chegou ao poder contam-se pelos dedos das mãos as caras, efectivamente, novas na política nazarena. Aliás, nesse aspecto só o PSD deu alguns sinais positivos, com as chamadas de Miguel Sousinha, em 1997, e Mafalda Tavares, em 2005, para os executivos. Do lado do PS, Luís Rolim (provavelmente o melhor vereador de oposição das últimas décadas) e Vítor Esgaio surgiram numa fase em que já tinham carreiras profissionais mais maturadas, mas foi o melhor que se arranjou para jovens.
Ao longo dos anos, o município foi sendo gerido por pessoas que estão "agarradas" aos lugares, quer no poder quer na oposição. Ninguém abdica de nada, porque o interesse pessoal se sobrepõe ao interesse colectivo. As lógicas de manutenção dos privilégios e favores prevalece, facilitando a tarefa dos eleitos em continuarem no poder, mas dificultando a abertura a novas sensibilidades e a maneiras distintas de fazer política. A opção é simples: adere-se, ou não, ao famigerado "sistema".
É urgente mudar o "status quo" na Nazaré e só não vê quem não quer.
Há os que dependem da maioria baseada no PSD e para esses não restam dúvidas de que o que o concelho precisa são 20 anos de Barrosismo. São esses que vão sustentar nova candidatura do presidente da Câmara, que vai para a sétima campanha eleitoral: as duas primeiras pelo PRD, as quatro seguintes em que ganhou e a de 2009 pelo moribundo PSD.
Depois, há os que querem uma mudança. Mas essa é uma maioria silenciosa, que não está disposta a entrar num terreno pantanoso que só atrai os incapazes ou os adeptos do facilitismo. E isso é que é preocupante: o alheamento de novos quadros, com formação superior, obrigados a trabalhar fora do concelho e a quem, com o actual modelo político, nunca lhes será dada a oportunidade de contribuir para o futuro da terra que amam. A não ser que abdiquem de algo, claro está...
É mais que urgente pensar a Nazaré. Não se pode andar para norte só porque alguém, que arquitectou um plano que não foi sufragado nas eleições autárquicas, decide. Podemos chegar à conclusão que devemos, afinal, andar para sul, se estudarmos de forma séria as várias opções e os caminhos a seguir.
Antes de escolherem os candidatos às próximas eleições autárquicas, os partidos a nível local deveriam apostar na diferença no que diz respeito à elaboração dos manifestos. A criação de gabinetes de estudos que contem com a colaboração de verdadeiros independentes é, apenas, uma ideia que deixo em cima da mesa. Nenhum candidato (exceptuando Jorge Barroso) estará preparado para gerir a Câmara quando tomar posse. Qualquer candidato a sério tem de fazer, primeiro, o trabalho de casa, antes de se acometer a uma tarefa desta dimensão. Para isso, terá de elaborar um plano estratégico, o que só será possível com a contribuição da sociedade civil. Se os partidos se abrirem aos jovens e aos independentes, pode ser que haja salvação para esta democracia pseudo-representativa.
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário