terça-feira, 30 de junho de 2009

A maioria silenciosa

Por onde andam os nazarenos e o que querem para o futuro da terra? As próximas eleições vão explicar muita coisa

Agora que são conhecidos todos os candidatos às próximas eleições autárquicas os partidos vão relembrar-se que as populações, afinal, existem. Até 11 de Outubro, os candidatos Jorge Barroso (PSD), Vítor Esgaio (PS), João Paulo Delgado (CDU) e António José Peixe (BE) vão denotar grandes preocupações com as necessidades dos munícipes e discutir, mais uma vez, os projectos para o concelho.
Qualquer que seja o resultado do próximo acto eleitoral, tudo aponta para que a tendência de bipolarização que se faz sentir na Nazaré desde os aos 90 - e que apenas foi interrompida com a chegada do Grupo de Cidadãos Independentes em 2005 - se mantenha. PSD e PS vão lutar pelo poder, comunistas e bloquistas vão lutar pelo melhor resultado possível, ou seja, evitar uma humilhação, o que seria ficar abaixo dos 200 votos.
Nesse sentido, as próximas eleições vão ser resolvidos por aquilo que alguns gostam de chamar de Bloco Central, mas que na Nazaré também se pode apelidar de maioria silenciosa.
Exceptuando aqueles que vivem sob as asas do poder e daí retiram benefícios económicos que dificilmente poderiam augurar no sector privado, restam poucas dúvidas de que existe na esmagadora maioria dos nazarenos uma grande insatisfação para com o comportamento dos nossos autarcas. E o caso não é para menos. Continuamos a receber promessas de desenvolvimento, de turismo de qualidade, mas o que nos espera depois do Verão vai ser catastrófico. A marina vai voltar a ser bandeira eleitoral, tal como foi em 2001 e 2005. E quem sabe se não será em 2013, só que com outros protagonistas?
O independente que subjuga o PSD já entrou para a história como o presidente da Câmara há mais tempo em funções na Nazaré, pois está no poder há uns impensáveis 16 anos e por lá quer ficar mais 4, atingindo o limite imposto pela lei. Contudo, a insatisfação é latente. Até mesmo dentro do PSD, onde várias figuras já tentaram fazer golpes de Estado contra Jorge Barroso, tentando convencer os responsáveis locais para a necessidade de uma alternativa de futuro. O problema é que, depois, essas mesmas figuras sinistras são capazes de se aliarem ao autarca que abominavam e maldiziam. Quando assim é, está tudo dito.
Do lado do PS há novidades. Quer dizer, meias-novidades. Há muito que se sabia que os Independentes se iam aliar aos socialistas, procurando provar as teorias de que, conjuntamente, forçam um bloco político suficientemente forte para derrubar um PSD que ameaça implodir depois das eleições. O grande problema do PS é a forte divisão interna e a falta de credibilidade de muitos socialistas proeminentes. O self made man Vítor Esgaio tem pela frente uma oportunidade de ouro. Contra algumas expectativas, conseguiu ser candidato do PS e ainda atraiu António Trindade para o burgo socialista. Há quem considere esta união estranha, visando apenas o egoísta objectivo de atingir o poder. Pode até ser. Mas, e do outro lado? O cenário não é, ainda, mais escabroso?
Seja como for, quem quiser ganhar as próximas eleições sabe que terá de convencer a maioria silenciosa que fala nos cafés, mas que não age e que, assim, deixa tudo como está.

1 comentário:

Lúcia Duarte disse...

se não fossem os nomes apontados, ia jurar que estavas a falar de Alcobaça.
A ânsia da conquista do poder parece um virus que se vai alastrando a várias terras...
abraço