De como beneficiou o presidente da Câmara da continuidade da Região de Turismo Leiria/Fátima.
De recuo em recuo até à vitória final. Este deve ser, por estes dias, o lema de José Sócrates e do Governo do PS. São vários os exemplos de medidas anunciadas que não se confirmam. Disso já muito se falou. Mas casos há em que essas “marchas-atrás” significam, verdadeiramente, boas notícias para o PSD. Como a extinção da Região de Turismo Leiria/Fátima que, afinal, se vai manter intacta.
Se a estrutura regional de turismo fosse extinta, Jorge Barroso, o “líder” do PSD/Nazaré, poderia ter um grave problema para resolver. Miguel Sousinha, que há poucos meses foi eleito para um segundo mandato na Região de Turismo, ficaria “livre” para a política, o que causaria uma enorme “dor de cabeça” para o presidente da Câmara. Onde encaixar uma figura social-democrata tão destacada, se alguns lugares na próxima lista do PSD já estarão prometidos ou, pelo menos, “apalavrados”?
Miguel Sousinha tem perfil, ninguém duvida, de um futuro presidente de Câmara. É jovem, tem boa imprensa e mostrou trabalho como autarca, na Região de Turismo Leiria/Fátima e na Associação Nacional de Regiões de Turismo. Melhor era impossível para o PSD/Nazaré. Mas a vontade de Jorge Barroso de, finalmente, concretizar obras tão importantes como a Área de Localização Empresarial de Valado dos Frades vai levar o independente a tentar mais um mandato.
Era aqui que o chefe do executivo municipal teria um problema, caso Miguel Sousinha ficasse disponível. O perfil e a experiência que o representante do turismo da região granjeou não lhe permitiria ser menos do que vice-presidente da Câmara, e sempre num cenário de, em 2013, ser o cabeça-de-lista, quando Barroso entrasse, verdadeiramente, na reforma.
Porém, com Mafalda Tavares a cumprir (e bem) o tirocínio político no corrente mandato e a ser a única pessoa que se manteve ao lado do presidente da Câmara desde Outubro de 2005 até aos dias de hoje, o mais que provável candidato do PSD teria grande dificuldade em justificar um novo... recuo da jovem advogada na lista “laranja” para, simplesmente, encaixar Sousinha. Assim se percebe como a medida de um Governo socialista pode ser tão útil a um presidente de Câmara do PSD.
Este cenário acabou, porque Miguel Sousinha vai continuar em Leiria e só terá caminho livre em 2013. Mas, até lá, resta, ainda, saber como Barroso vai gerir o convencimento de alguns pseudo-dirigentes do PSD de que vão integrar a lista às próximas autárquicas e as aspirações de alguns aspirantes a figuras públicas, cuja revelância é tão grande como a cabeça de um alfinete. Aceitam-se apostas.
quarta-feira, 23 de abril de 2008
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