quinta-feira, 10 de abril de 2008

As eleições no PS/Nazaré

É possível alguém ganhar eleições mas, ao mesmo tempo, perdê-las? É. Onde? No PS/Nazaré...
A recente eleição de Vítor Esgaio como presidente da Concelhia socialista até pode parecer, aos mais incautos, um triunfo. Mas, na verdade, aquele que, há uns meses, tinha o caminho aberto para ser o candidato "rosa" à Câmara, pode ter dado um verdadeiro tiro nos pés e acabado com as suas legítimas aspirações de ser cabeça-de-lista em 2009.
Ao vencer por apenas dois votos a Concelhia, mas ao perder o Secretariado e a Assembleia Geral de militantes para a lista do deputado municipal Walter Chicharro, Vítor Esgaio ficou praticamente sem margem de manobra. Ganhou, mas perdeu. E, agora, ou mete na "gaveta" alguns dos seus maiores apoiantes e enceta uma aproximação a Walter Chicharro e a Isabel Vigia (que, bem vistas as coisas, também é vencedora, apesar de ter ficado em terceiro lugar nas eleições...), ou arrisca-se a ser um líder a prazo, sem força para impor as suas convicções e aquilo a que chama o seu "projecto" para o concelho.
Ao longo das últimas décadas, os socialistas da Nazaré têm feito tudo aquilo que não se deve fazer em política. Além da falta de capacidade para renovar os quadros do partido, atrair jovens e novos dirigentes de qualidade, foi incapaz de se transformar numa "plataforma" onde os verdadeiros independentes e não os ressabiados se pudessem unir. Para cúmulo, tem vivido num clima de verdadeira "guerrilha" interna que só tem servido para manter Jorge Barroso (o independente que manda no PSD) na cadeira do poder.
O PS/Nazaré deixou de estar, apenas, divido entre a facção de Isabel Vigia e a facção de Abílio Romão (que foi novamente o grande vitorioso destas eleições). Agora, criou-se uma terceira "via", personificada por vários ex-apoiantes da deputada Isabel Vigia, mas também de ex-seguidores da última escolha do presidente da Junta de Famalicão para a candidatura à Câmara, em Outubro de 2005.
Ganhar a Câmara da Nazaré parece ser relativamente fácil para um partido que, tradicionalmente, vence todos os actos eleitorais no concelho. Mas o PS vive tão embrulhado nas suas "guerras" intestinas que se esquece de que a população continua a votar nas autárquicas, apesar de tudo e de tanto tempo, no PSD. E simplesmente porque não vê qualquer alternativa do lado do maior partido do concelho. Por que haverá de ser diferente em 2009?

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