Vítor Esgaio, Walter Chicharro, Isabel Vigia e... António Trindade. Perguntem o que podem fazer pelo PS e não o que o PS pode fazer por vocês.
Ponto prévio: o PS é o único partido organizado na Nazaré (os outros são só para inglês ver). Análise: sendo assim, por que razão é que os senhores que empunham a rosa são incapazes de se entender e criar condições para ganhar eleições autárquicas, já que ganham todas as outras? Conclusão: há militantes mais interessados no que podem ganhar por representarem o partido, do que em servi-lo condignamente.
Ao contrário da leitura imediata que se faz dos resultados nas eleições no PS/Nazaré, a estrutura local não tem três, mas sim quatro facções! Vamos por partes.
A primeira facção é comandada pelo vereador Vítor Esgaio, que escudado nos apoios de Abílio Romão (que alguém considera, e com razão, o verdadeiro líder local do partido) e de Roque Macatrão (ou será Reinaldo Silva?), venceu, à tangente, as eleições.
A segunda corrente é liderada por Walter Chicharro, que talvez tenha perdido o acto eleitoral porque deixou sair um certo professor da sua lista. O deputado municipal quer ser uma lufada de ar fresco, atraiu alguns jovens, mas uma derrota é uma derrota.
No plano interno, falta falar de Isabel Vigia, que fez uma corrida, como os especialistas do atletismo costumam dizer, de trás para a frente. Ficou em último, mas teve mais votos do que muitos esperavam e pode ser o "fiel" da balança.
Resta a quarta facção, que tem origem num não militante. Quer dizer, num ex-militante que nunca deixou, verdadeiramente, de pertencer ao partido. António Trindade pode até ser vereador dos Independentes, mas continua a ser alguém muito respeitado por uma certa franja do partido. Já fez saber que se o PS não o for buscar, avançará novamente com uma lista às próximas autárquicas e esse é um sinal inequívoco de que estamos perante mais uma corrente socialista. A importância de Trindade no universo do PS/Nazaré é tão grande que os vários candidatos à liderança da Concelhia tentaram, directamente ou por interposta pessoa, garantir o seu apoio nas eleições. Oficialmente, sem sucesso. Oficiosamente, com relativo sucesso, ao que consta.
No fundo, estas quatro facções tinham a obrigação de se entenderem, para bem do partido que todos, sem excepção, querem servir. O problema é que as divisões políticas e pessoais são tão grandes, as lutas pelo poder causaram tantos engulhos, que não há acordo possível. O caminho da união no PS é ficcional, o que equivale a dizer que a Câmara vai continuar a ser liderada por um independente que corre com as cores do PSD.
Uma última reflexão. Parafraseando um antigo estadista norte-americano, estes quatro "líderes" de facções do PS deveriam responder ao seguinte desafio: "Pergunta o que podes fazer pelo PS e não o que o PS pode fazer por ti". Talvez o resultado em 2009 fosse diferente do que, tudo indica, vai ser.
domingo, 13 de julho de 2008
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