A gestão da causa pública deve contar com a participação das pessoas. Mas é preciso pedir e valorizar essas opiniões, pois nenhum autarca sabe tudo
Nem sempre um político representa, na sua plenitude, quem o elege. Aliás, salvo honrosas excepções, na maior parte dos casos o eleito esquece rapidamente as promessas e os pedidos dos eleitores e, alicerçando-se no poder que lhe acaba de ser concedido pelo voto, passa a pensar apenas pela sua própria cabeça.
Explicações para essa alteração comportamental são muitas e variadas. Seja porque não se tem confiança na equipa que dirige ou, pior, porque se julga acima da realidade. As vitórias eleitorais aumentam o ego de quem as conquista e, como se sabe, o homem tem tendência para ouvir quem lhe diz que 'sim' e colocar de lado quem lhe diz que 'não' ou tem dúvidas. Esse paradigma tem de ser, forçosamente, alterado.
É por isso que o processo da 'marca Nazaré' tem méritos que convinha aplicar em muitos pontos da política local e regional. É inquestionável que é da discussão que, por vezes, brotam as boas ideias. E que todos devem ser envolvidos nas questões que dizem respeito ao colectivo e que, por vezes, são resolvidas nos corredores do poder. A gestão da causa pública obriga a decisões transparentes e claras, sob pena de não haver confiança no regime. Por isso, há que dar os parabéns à equipa do IPL responsável pelo estudo, porque chamou alguns representantes das chamadas "forças vivas" do concelho. E chamou alguns, porque seria impraticável chamar todos, por muito que isso custe a alguns que, neste caso, ficaram de "fora" e noutros momentos já estiveram "dentro".
O resultado do estudo da 'marca Nazaré', que será divulgado em Janeiro do próximo ano, pode não agradar a todos os nazarenos, pelo simples facto de que todas as pessoas são diferentes e têm visões distintas do mesmo assunto. Mas, qualquer que seja o resultado, tem uma virtude em comparação com outros estudos do género: não se refugiou nas malfadadas sessões públicas a que ninguém comparece e em que ninguém fala. Antes optou por uma metodologia aberta à discussão e ao fluxo de pensamentos. E isso é algo com que muitos autarcas e gestores públicos deveriam aprender. Assim evitariam algumas das atrocidades que vão cometendo.
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
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